Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
A matéria, publicada na coluna Ciência e Saúde, do G1, informa que cientistas utilizaram o método de edição de DNA para tratar um paciente com HIV. Até a publicação da matéria, a intervenção não apresentou uma nova indicação terapêutica e/ou preventiva, pois o método não se mostrou eficiente para curar uma pessoa infectada com HIV.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
As indicações não foram descritas. Os dados epidemiológicos que justifiquem a indicação também não foram apresentados.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Os benefícios não foram apresentados de forma clara, pois o estudo acerca do método ainda está em andamento. Na matéria não se utilizaram os desfechos normalmente descritos pela literatura científica para a doença. Os benefícios relatados foram apresentados de forma isenta, sem exaltar dados pouco representativos. A intervenção não pode ser aplicada para melhorar os sintomas/desfechos na vida das pessoas, pois o seu real benefício ainda não foi comprovado.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
O custo da novo método não foi descrito. Consequentemente, não houve comparação entre o custo do novo procedimento e as alternativas existentes. Além disso, não se mencionaram os custos adicionais inerentes à utilização da intervenção.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não se apresentaram dados sobre a disponibilidade do método no mercado brasileiro e sobre o seu registro na Anvisa. Também não foi informada a possível cobertura do método de tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e/ou fornecimento por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Não foi relatada a existência de alternativas à intervenção. Desta forma, não foram descritas as vantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens anteriores. Não foi mencionado como o medicamento se enquadraria no âmbito das alternativas já disponibilizadas.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Foi descrito que, até o momento, o método não apresentou efeitos indesejados sobre os outros genes do corpo humano. Não foram descritos e/ou quantificados os potenciais danos decorrentes do uso do novo método. Não foram apresentados os efeitos secundários que poderiam ter impacto significado sobre a vida de um usuário da tecnologia.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As fontes de informação referentes ao estudo foram mencionadas. Não foi identificado conflito de interesse na construção do texto.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Não Satisfatória
A linguagem utilizada é clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Informou-se na reportagem que os dados foram obtidos a partir de um estudo publicado na revista científica \”The New England Journal of Medicine\”. Entretanto, o estudo foi realizado em apenas uma pessoa e por um tempo de tratamento não descrito. As limitações das evidências apresentadas não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: O título traz resumidamente aquilo que é descrito na matéria, sem qualquer erro ou apontamentos contrários.

INTERTÍTULO: O intertítulo completa informação do título, mostrando que os estudos realizados por pesquisadores chineses tratam o câncer por meio de manipulação genética e conseguiram avançar na cura para o HIV.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Notícia da agência Associated Press.

DEFINIÇÃO: A reportagem mostra claramente o desenvolvimento da pesquisa chinesa de manipulação genética utilizando o método Crispr para tratar a leucemia em pacientes portadores do HIV. Os estudos estão descritos, bem como as impressões de outros cientistas que analisaram a pesquisa realizada pelo grupo da Universidade de Pequim.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indicações de interesse comercial ou publicitário do veículo sobre a descoberta.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevista dada à Associated Press pela pesquisadora Carl June; estudos publicados na The New England Journal of Medicine.

RECURSOS VISUAIS: Fotografia de células do vírus HIV em microscópio, e ilustração explicativa do método de manipulação de genes Crispr.

CONCLUSÃO: A reportagem explica corretamente o uso do método Crispr para alterar o DNA de pacientes e assim torná-los resistentes ao vírus HIV. As descrições do estudo são claras, apontando que é um procedimento em fase de testes, e que o teste pretendia tratar a leucemia de um paciente utilizando o método, mas acabaram também por descobrir que pode-se utilizar o mesmo procedimento para combater o HIV. Ao final, a matéria ainda aponta uma controvérsia do método Crispr, envolvendo o mesmo grupo de pesquisas, que tempos atrás teve problemas com o governo chinês ao utilizar o método em células embrionárias. Entretanto, pesquisas e a entrevistada dizem que o método é seguro.

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