Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
A matéria veiculada no telejornal RedeTV! News informa que a OMS anunciou o teste de uma vacina em larga escala para combater a malária no continente africano. A malária é uma doença que é transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles. A intervenção pode ser potencialmente aplicada para reduzir a mortalidade da doença na África.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação do uso da vacina foi descrita, sendo destinada ao grupo de maior risco, que são as crianças com menos de 5 anos de idade. Os dados epidemiológicos foram apresentados, pois, de acordo com a OMS, houve um crescimento do número de casos nos últimos dois anos, sendo que na África a doença mata anualmente cerca de 250 mil crianças.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Os benefícios da vacina foram apresentados de forma clara, destacando-se que a eficácia da vacina foi de 40% nos ensaios clínicos. No entanto, não se utilizaram desfechos normalmente adotados pela literatura científica para a doença. Os benefícios foram apresentados sem exaltar dados pouco representativos.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
O custo do tratamento não foi descrito na reportagem. Também não foi comparado o custo do novo procedimento com as alternativas existentes, pois a vacina anunciada é a primeira da história desenvolvida para prevenir a malária. Não se mencionaram os custos adicionais inerentes à utilização da intervenção.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados sobre a possível disponibilidade da vacina no mercado brasileiro, incluindo o registro na Anvisa. Também não foi abordada a possível disponibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e/ou fornecimento por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Não foi relatada a existência de alternativas à intervenção, pois essa é a primeira vacina para malária. Desta forma, não foram discutidas as vantagens/desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não foram descritos e nem quantificados os potenciais danos da intervenção e sua respectiva magnitude. Na reportagem, não foram apresentados os efeitos secundários que poderiam ter impacto significativo sobre a vida de um usuário da vacina.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As fontes de informação referentes ao teste da vacina em larga escala foram descritas. Não foi identificado conflito de interesses na construção do texto.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada é clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Foram referenciados na matéria os estudos científicos referentes ao desenvolvimento da vacina. No entanto, não foi descrito se o estudo foi realizado numa amostra significativa de pessoas e por um período de tempo adequado. As limitações da evidência não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: O título aponta para primeira fase da intervenção da Organização Mundial de Saúde no continente africano com a nova vacina contra a malária.

INTERTÍTULO: Mostra que a nova vacina é a primeira do tipo para o combate à malária e traz novamente a informação de que a OMS iniciará os testes no continente africano.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Nota divulgada para a imprensa pela OMS no dia 23 de abril de 2019

DEFINIÇÃO: A matéria abordou mais a malária e os riscos envolvendo a disseminação da doença no continente africano. Ao tratar da vacina, limitou-se a dizer sobre os testes que estão sendo realizados, sem se aprofundar no funcionamento dela ou em potenciais riscos envolvendo o fármaco.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não foi identificado interesse comercial envolvendo a RedeTV e a vacina desenvolvida.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.

RECURSOS VISUAIS: Imagens de transição, imagens de laboratório e desenvolvimento da vacina, entrevistas.

CONCLUSÃO: A matéria abordou o teste da vacina de malária, caminhando mais pela direção que envolve a doença e a epidemia que assola alguns países do mundo – no caso específico dela, o continente africano. A reportagem trouxe algumas informações mais consistentes sobre a malária, a disseminação, os riscos e a prevenção. De certo modo, ela é pertinente ao público brasileiro não por trazer a vacina, mas por trazer informações sobre a malária, que acomete algumas regiões do Brasil.

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