Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Apresentou-se a LAURA, um sistema de Inteligência Artificial que analisa os dados dos prontuários de pacientes hospitalizados em tempo real, com o objetivo de prever o risco de infecção. Ao se identificar o risco antecipadamente, torna-se possível tomar medidas para evitar quadros de infecção generalizada, que podem ter desfechos muito negativos.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
O sistema está indicado para monitoramento de pacientes hospitalizados com o objetivo de prevenir quadros de infecção. Foram apresentados dados da mortalidade por sepse no Brasil – cerca de 250 mil óbitos por ano.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Embora tenha sido relatado que a tecnologia seria capaz de prevenir infecções, não foi apresentada a taxa de \”diagnóstico\” correto para redução do risco de infecção ou mesmo a redução na mortalidade proporcionada pelo uso de LAURA.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Satisfatória
Foram apresentados os custos de uso da tecnologia LAURA – cerca de R$ 4 mil por mês. Contudo, não foram mencionados os custos adicionais da nova intervenção, nem houve comparação entre os custos da nova tecnologia com as demais alternativas disponíveis.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Foi mencionado que a LAURA já está disponível em 13 hospitais do país. Nada foi informado sobre o financiamento desta inovação pelo SUS ou por planos de saúde privados.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
A checagem dos prontuários, realizada por enfermeiros e médicos, foi apontada como alternativa ao uso da nova tecnologia. A principal vantagem proporcionada pela LAURA seria a agilidade no procedimento. Não foram mencionadas as eventuais desvantagens da tecnologia.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os riscos da utilização da nova tecnologia não foram citados, nem mensurados. Também não foram apresentados efeitos secundários que poderiam ter impacto significativo na vida dos pacientes.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações foram obtidas por meio de entrevistas com um especialista e com o desenvolvedor da tecnologia. Não foram utilizadas fontes independentes de informação, nem identificados possíveis conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Não houve sensacionalismo na linguagem utilizada, que apresentou as informações sobre a tecnologia de maneira coerente.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados de artigos científicos publicados, nem foram mencionados estudos realizados em humanos. Consequentemente, as limitações da evidência científica disponível sobre a LAURA não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: O título apresenta a discussão da notícia apontando que um novo sistema computacional ajuda a prever riscos de sepse.

INTERTÍTULO: O intertítulo explica resumidamente como sistema da inteligência artificial funciona e como seu uso pode promover mais segurança para pacientes em hospitais sob risco de infecções.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Notícia apurada pela redação da Band.

DEFINIÇÃO: A matéria mostrou, ao longo de entrevistas, os benefícios da inteligência artificial aliada aos cuidados dos profissionais de saúde em hospitais. A sua função em relação a leitura automática de prontuários médicos e disponibilização de dados e prevenção de riscos para médicos e enfermeiros está bem descrita. Entretanto, o funcionamento da I.A. e sua precisão não foram apresentados.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indício de interesse comercial envolvendo o veículo e o sistema LAURA.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevistas com: Jéssica Amaral, mãe de filha que foi beneficiada pelo sistema LAURA; Jacson Fressatto criador do sistema I.A. LAURA; Flaviano Ventorim, diretor do Hospital Nossa Senhora das Graças que utiliza a I.A LAURA.

RECURSOS VISUAIS: Matéria televisiva, não foram utilizadas imagens gráficas para explicações, somente entrevistas com envolvidos.

CONCLUSÃO: A matéria aborda de maneira rápida o que esta inteligência artificial desenvolvida por um programador brasileiro pode proporcionar: a facilidade de prevenção e tratamento rápido em casos de risco de sepse. Embora toda a informação venha ao público diretamente de fontes envolvidas com a I.A. LAURA, a notícia poderia trazer evoluções no campo computacional para a saúde. Também apresentar casos e sistemas semelhantes em operação pelo mundo para comprovar a eficácia do uso da computação para análise de dados e riscos na área da saúde. No conjunto, a notícia aborda de maneira superficial a I.A. e não traz dados e riscos envolvendo a prioridade de análise da inteligência, que é a sepse.

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