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Insulina glargina e a ocorrência de câncer

06/2015

DOI: 10.13140/RG.2.1.1502.8326

Autores: Juliana Alvares, Anne Marielle Girodo, Alessandra Maciel Almeida, Augusto Afonso Guerra Júnior

RESUMO EXECUTIVO

Tecnologia: Análogo glargina de insulina

Indicação: O análogo de insulina glargina é indicado em única aplicação para o tratamento adulto ou pediátrico de pacientes com diabetes mellitus tipo I ou II.

Caracterização da tecnologia: Glargina é um análogo da insulina humana de ação de longa duração, produzida com tecnologia de DNA recombinante.

Pergunta: Há evidências de risco aumentado de câncer em pacientes em uso de insulina glargina?

Busca e análise de evidências científicas: Foram pesquisadas as bases The Cochrane Library (via Bireme), Medline (via Pubmed) e EMBASE. Buscaram-se revisões sistemáticas (RS), estudos de coorte, estudos de caso-controle e ensaios clínicos randomizados que avaliassem a associação entre ocorrência de câncer e o uso do análogo glargina de insulina. Também foram pesquisadas avaliações de tecnologias em saúde (ATS) em websites de agências internacionais e da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologia em saúde. Foram selecionados estudos publicados em inglês, português ou espanhol. A avaliação da qualidade dos estudos foi feita segundo o sistema GRADE para RS, escala de Newcastle-Ottawa para estudos de coorte e caso-controle e escala de Jadad para ensaios clínicos.

Resumo dos resultados dos estudos selecionados: Foram incluídos 11 estudos, sendo três RS, quatro coortes, três estudos de caso-controle e um ensaio clínico randomizado. De maneira geral, os estudos obtiveram boas avaliações de qualidade metodológica. Não foram encontrados resultados estatisticamente significantes para o desenvolvimento de qualquer tipo de câncer entre pacientes que utilizaram o análogo glargina de insulina em relação a pacientes que utilizaram insulinoterapia tradicional e/ou terapia com antidiabéticos orais. Os dados com relação a tipos específicos de câncer também se apresentaram, de maneira geral, inconclusivos. Não foram encontradas ATS de agências internacionais a respeito do tema, apenas alertas a respeito de uma possível associação da terapia com o análogo glargina de insulina com o câncer.

Recomendações: A partir da evidência científica disponível não foi possível constatar relação entre o uso do análogo de insulina glargina e o desenvolvimento de câncer. Dessa forma, seu uso aparentemente apresenta perfil de segurança semelhante ao das alternativas terapêuticas disponíveis. Portanto, não é recomendada a interrupção da terapia com o análogo glargina por motivos de segurança relacionados à ocorrência de câncer.

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