Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
A matéria veiculada pelo jornal Folha de São Paulo informou sobre os avanços nos estudos com lítio em idosos. Relataram-se diversas possibilidades de uso futuro deste medicamento, como o tratamento de Parkinson e Alzheimer. Atualmente, o lítio já é utilizado no tratamento de transtornos bipolares e como terapia complementar na depressão recorrente grave.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
Apresentou-se um apanhado geral de futuras possibilidades de uso do lítio, mas não foi discutida nenhuma condição clínica específica.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Como beneficio do uso do lítio, apresentou-se a redução do envelhecimento de células nervosas, melhorando a capacidade de memorização dos indivíduos. Todavia, a extensão desses benefícios não foi apresentada. Para entendimento adequado dos reais benefícios da terapia, seria necessária a apresentação de informações sobre resultados mais representativos no contexto da doença.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Os custos da terapia com o lítio não foram apresentados. Também não foram abordados os custo das atuais alternativas utilizadas para o tratamento das doenças abordadas na reportagem.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foi apresentada nenhuma informação a respeito do registro do lítio na Anvisa ou de sua disponibilidade pelo SUS ou por meio de planos privados de saúde. Cabe ressaltar que o carbonato de lítio já é registrado na Anvisa para tratamento de transtornos bipolares, mania, hiperatividade psicomotora e depressão recorrente grave. Entretanto, não há registro para sua utilização nas condições clínicas abordadas na matéria.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
As alternativas terapêuticas ao lítio não foram citadas e não houve comparação entre os medicamentos.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não foi apresentado nenhum dos possíveis riscos decorrentes do uso de medicamentos a base de lítio. Efeitos secundários do medicamento também não foram discutidos.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
Algumas das informações sobre o uso do lítio foram obtidas diretamente com a pesquisadora responsável pelo estudo do medicamento para novas indicações terapêuticas . Utilizaram-se também dados de um artigo científico que analisou o uso do lítio para aprimoramento da memória em pacientes idosos. Possíveis conflitos de interesse não foram discutidos.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada não foi sensacionalista e as informações foram apresentadas de maneira coerente com o foco da matéria.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Satisfatória
Para algumas das indicações de uso do lírio, artigos científicos publicados foram apresentados como fonte de informação. Entretanto, alguns desfechos discutidos na matéria só foram estudados em culturas de células. As eventuais limitações dos estudos não foram devidamente discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: O título aponta corretamente que estudos envolvendo Alzheimer e o uso do lítio começam a relacionar o emprego do metal para tratar a doença.

INTERTÍTULO: Intertítulo mostra em que fase se encontra o estudo apontado na matéria.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Palestra dada pela pesquisadora Tânia Viel na 34ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental.

DEFINIÇÃO: A reportagem trata-se de uma reapresentação da palestra dada pela doutora Tânia Viel na 34ª Reunião Anual da FeSBE, sobre sua pesquisa relacionando o uso do lítio para retardar o envelhecimento de células neurais e, com isso, tratar o Alzheimer.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indicações de interesse comercial ou publicitário na notícia.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Palestra dada pela Doutora Tânia Viel, condutora dos estudos.

RECURSOS VISUAIS: Fotografia de pessoa idosa jogando dominó. (a pesquisadora afirma que atividades físicas e cerebrais, como jogos, auxiliam na prevenção da doença)

CONCLUSÃO: A reportagem apresenta bem os estudos conduzidos pela pesquisa de Tânia, trazendo os passos dados pela pesquisadora, as fases de testes em células individuais e cobaias, e alguns resultados já promissores. Por tratar de uma reapresentação das descobertas narradas em palestra, a matéria não traz dados epidemiológicos do Alzheimer, porém, descreve de maneira compreensível o que foi apresentado na palestra e traz de maneira resumida e bem explicada o que é e quais as causas do Alzheimer, o uso do lítio para retardar o envelhecimento celular, e ainda de como funcionam os estudos.

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