NOSSO RESUMO

A matéria publicada no Portal UAI apresenta uma insulina glargina de última geração, com liberação ainda mais lenta que a insulina atualmente considerada padrão ouro de tratamento. A nova insulina dispensa, por exemplo, a necessidade de refrigeração após ser aberta pela primeira vez. Segundo os dados apresentados, o medicamento oferece um efeito estável e prolongado do controle do nível glicêmico para além das 24 horas já oferecidas por outra insulina disponível no mercado. A existência de alternativa terapêutica utilizada para o tratamento de diabetes foi registrada, mas sem detalhamento. Além disso, foram destacadas as vantagens da nova insulina, não sendo apresentando suas desvantagens, de forma comparativa às já existentes no mercado.
Todas as fontes de informação utilizadas foram claramente identificadas. Entretanto, foi identificado potencial conflito de interesses, pois o jornalista responsável pela elaboração da matéria viajou a convite da indústria farmacêutica produtora do novo medicamento.

POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?

Diabetes é uma doença crônica, na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. Quando a pessoa apresenta diabetes, o seu organismo não consegue utilizar a glicose adequadamente. Assim, o nível de glicose no sangue aumenta levando ao quadro de hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá levar a complicações em órgãos, vasos sanguíneos e nervos. Nesse contexto, controlar o nível de glicose no sangue, para evitar essas complicações torna-se fundamental.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população, e esse número está em crescimento.
Assim, é fundamental o surgimento de técnicas e desenvolvimento medicamentos que sejam capazes de tratar e reduzir as chances de complicações da doença, garantindo qualidade de vida aos pacientes.

Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Trata-se de uma insulina glargina de última geração com liberação, ainda mais lenta que a insulina atualmente considerada padrão ouro de tratamento. Uma das inovações destacadas pela matéria é que nova insulina dispensa, por exemplo, a necessidade de refrigeração após ser aberta pela primeira vez.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
As indicações do novo medicamento foram claramente descritas. A matéria apresentou dados epidemiológicos que justifiquem a indicação, reforçando a importância do tratamento de pacientes com diabetes, por meio de dados de prevalência no Brasil.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Os benefícios da nova insulina foram apresentadas de forma clara, incluindo a informação sobre sua liberação no organismo e facilidade no transporte, uma vez que, segundo a matéria, não há a necessidade de armazenar em geladeira após aberta. Enfatizou-se que o medicamento apresenta efeito estável e prolongado do controle do nível glicêmico para além das 24 horas.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
A matéria não abordou o custo do novo medicamento no mercado e também não apresentou seus possíveis custos em comparação com as tecnologias já existentes no Brasil.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foram apresentadas informações sobre sua disponibilidade no mercado, possível financiamento pelo SUS e/ou seu fornecimento por meio de planos e convênios de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Foi abordada a existência de alternativa terapêutica utilizada para o tratamento de diabetes, como padrão ouro, sem detalhamento. Foram destacadas as vantagens da nova insulina, mas não se apresentaram suas desvantagens. A matéria ainda discutiu como a nova intervenção se enquadraria dentre as opções já existentes no mercado.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os potenciais riscos/dados do novo medicamento não foram descritos.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
Todas as fontes de informação utilizadas foram claramente identificadas. Entretanto, foi identificado potencial conflito de interesses, pois o jornalista responsável pela elaboração da matéria viajou a convite da indústria farmacêutica produtora do novo medicamento.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Não Satisfatória
Há coerência entre o foco e as evidências científicas uma vez que apresenta um novo medicamento para uma doença que atinge milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Satisfatória
A matéria apresentou dados de estudos científicos publicados, com a descrição da população participante e os desfechos avaliados. No entanto, não foram abordadas as limitações das evidências disponíveis.

Olhar Jornalístico

TÍTULO: A possibilidade de oferecer mais qualidade de vida aos diabéticos sem a tradicional “picadinha” é uma estratégia do título para atrair a atenção do leitor

INTERTÍTULO: Traz a proporção de adultos diabéticos no mundo

COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: release do Centro de Pesquisas Clínicas e coordenadora do Departamento de Novas Terapias da Sociedade Brasileira de Diabetes, pesquisadores ou release da empresa que desenvolveu a técnica.

DEFINIÇÃO: A reportagem traz informações sobre o impacto do não tratamento da diabetes que pode inclusive levar à morte e as novas tecnologias que estão sendo implementadas para facilitar a vida de quem é diabético. No entanto, o texto descreve um novo produto lançado no mercado dando bastante publicidade, uma descrição com todos os “benefícios” e “facilidades” do novo produto comprando-o ao outro equipamento de uso dos diabéticos já existente no mercado. Há definição do que é diabetes e os riscos do não tratamento. A reportagem trouxe ponderações da Sociedade Brasileira de Diabetes sobre as novas técnicas que vem sendo apresentadas.

PUBLICIDADE/ INTERESSE COMERCIAL: Aparentemente, não houve indicação direta de publicidade e quando houve o jornalista apresentou posicionamentos contrários dando equilíbrio ao texto.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Todas as fontes interessadas, inclusive médicas – cardiologista, houve o cuidado de citar que ela trabalha para empresa Farmacêutica.

RECURSOS VISUAIS: sem recursos

CONCLUSÃO: A reportagem é clara, informativa. Traz dados do cenário e complicações da diabetes quanto não tratada, os tratamentos existentes os avanços e ponderações, o que permite não apenas a compreensão do leitor mas a possibilidade de julgamento do tema. Há que se destacar que embora o título da reportagem dê muita ênfase ao fato do diabético não precisar mais levar as tradicionais “picadinhas”, os detalhes do novo equipamento que chega no Brasil só aparece no fim da reportagem de forma muito curta, sem detalhes e destaca nome do fabricante. Não já comparação com outro método.

http://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/diabetes.jpghttp://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/diabetes.jpgMarina MorgadoOutrosNOSSO RESUMO A matéria publicada no Portal UAI apresenta uma insulina glargina de última geração, com liberação ainda mais lenta que a insulina atualmente considerada padrão ouro de tratamento. A nova insulina dispensa, por exemplo, a necessidade de refrigeração após ser aberta pela primeira vez. Segundo os dados apresentados, o...A sua notícia revisada por especialistas