Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Na reportagem, apresenta-se o uso de impressoras 3D com biotinta para a produção de tecidos que podem ser úteis em diversas situações, que incluem desde casos de queimaduras a acidentes vasculares encefálicos. Trata-se de uma inovação que pode solucionar o déficit de doação de órgãos.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
Descreveu-se um possível uso das bioimpressoras 3D, mas sua indicação não foi delimitada na reportagem. Além disso, não houve a apresentação de dados epidemiológicos sobre os problemas de saúde abordados.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Os possíveis resultados obtidos com o uso dessa tecnologia não foram devidamente descritos. Isso provavelmente aconteceu porque o uso das bioimpressoras ainda está em em fase de testes, e os resultados alcançados serão mensurados posteriormente.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
A matéria não abordou os custos do uso das bioimpressoras, sejam eles de produção ou direcionados ao consumidor final. Não houve também nenhuma descrição a respeito dos custos de alternativas terapêuticas disponíveis no mercado.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
A disponibilidade do produto no Brasil não foi informada, seja via Sistema Único de Saúde ou por meio de planos de saúde privados. Entretanto, é importante ressaltar que, por se tratar de uma tecnologia ainda em desenvolvimento, a bioimpressão não pode ser comercializada no país.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Foi apresentado, de maneira muito superficial, que, atualmente, os transplantes são a opção para algumas das condições clínicas a serem tratadas pelos tecidos produzidos pelas bioimpressoras. Entretanto, não houve comparação entre a nova tecnologia e os transplantes, nem como as bioimpressoras se enquadrariam no âmbito das alternativas existentes.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não houve informações sobre possíveis riscos decorrentes do uso desta nova tecnologia. É possível que estes ainda não tenham sido mensurados, já que as bioimpressoras ainda se encontram em fase de testes.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações sobre a nova tecnologia foram coletadas por meio de entrevistas realizadas diretamente com os pesquisadores. Não houve, em nenhum momento, identificação de possíveis conflitos de interesse que possam interferir na interpretação dos resultados.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Apesar da ausência de maiores detalhes sobre o uso das bioimpressoras 3D, a linguagem adotada na matéria foi clara e objetiva, não havendo sensacionalismo ao relatar os possíveis benefícios de seu uso.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentadas informações sobre a publicação de estudos científicos a respeito do uso das bioimpressoras 3D. Discute-se que os estudos em humanos ainda aguardam a aprovação da Anvisa para serem realizados. Além disso, as limitações da evidência disponível não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: Apresenta a pauta de maneira direta, mas que pode levar à conclusão de que a tecnologia já está sendo aplicada.

INTERTÍTULO: Esclarece que esses ainda são os primeiros testes e quais os tecidos desenvolvidos nas pesquisas.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Um mês antes da reportagem ir ao ar, matérias sobre a bioimpressora da UFRSG já circulavam na mídia gaúcha.

DEFINIÇÃO: A matéria aborda o uso das bioimpressoras 3D para a pesquisa em universidades no Brasil, focando nas pesquisas realizadas na UFRGS e Unifesp.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não foi identificado.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Patrícia Pranke, professora de bioquímica da UFRGS; Marimelia Porcionatto, bioquímica da Unifesp; Hamilton Oriente, engenheiro.

RECURSOS VISUAIS: Imagens da própria bioimpressora 3D; gravações dos entrevistados e do repórter no laboratório; ratos a serem usados nos testes; médicos tratando vítimas de queimaduras.

CONCLUSÃO: Embora a produção não tenha se aprofundado na tecnologia e faltem informações sobre o histórico das bioimpressoras ou se já foram aplicadas na prática, a reportagem fez um bom trabalho de divulgação, apresentando os objetivos e como os tecidos são feitos. Apesar disso, as falas das duas pesquisadoras – mesmo que esclarecedoras – foram abruptamente cortadas, de maneira que o produto final pareceu incompleto.

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