NOSSO RESUMO

A matéria publicada no portal Uai apresenta a estimulação do nervo trigêmeo, idealizada em 1987. A técnica passou por aprimoramentos e, em 2003, a Universidade da Califórnia em Los Angeles publicou as primeiras evidências científicas de sua eficácia para epiléticos resistentes ao tratamento medicamentoso tradicional. Mais recentemente, pesquisadores começaram a testar o método em pacientes diagnosticados com hiperatividade e deficit de atenção e transtorno do estresse pós-traumático.
De acordo com os especialistas, estudos relatam 70% de redução na gravidade dos sintomas de depressão em pacientes que também não respondiam aos medicamentos, melhora do sono em pacientes com transtorno do estresse pós-traumático e melhora do deficit de atenção e hiperatividade em crianças e adolescentes sem precisar recorrer a psicotrópicos. Entretanto, não é especificado na matéria o desfecho utilizado para avaliar os benefícios do uso da estimulação do nervo trigêmeo. Além disto, os potenciais riscos não foram apresentados.
Os custos de tratamento não foram abordados, pois se trata de um método que está sendo testado para pacientes com transtorno do estresse pós-traumático e deficit de atenção e hiperatividade. O equipamento para a estimulação do nervo trigêmeo só está disponível na Europa e no Canadá, com indicação para o tratamento da epilepsia e da depressão. Não há relato sobre o possível financiamento do tratamento pelo SUS e do fornecimento por planos de saúde.
A linguagem utilizada está clara e objetiva. Entretanto, as evidências científicas apresentadas não são claras e coerentes com o foco da matéria, pois os estudos estão em fase de teste e englobam poucos pacientes. As fontes não são independentes, pois os estudos foram realizados pelo idealizador da estimulação do nervo trigêmeo.

POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?

De acordo com especialista, pessoas com o transtorno do estresse pós-traumático têm seis vezes mais risco de cometer suicídio, além de serem mais propensas a abandonar os estudos e a se divorciar. Além disso, pessoas que sofrem de transtorno pós-traumático geralmente têm dificuldade de trabalhar em grupo, educar os filhos e manter um relacionamento saudável. Devido ao medo de reviver a situação, acabam relutantes em se socializar ou sair de casa, preferindo o isolamento.
O deficit de atenção e hiperatividade afeta por volta de 9,5% das crianças em idade escolar e 4,4% dos adultos. Atualmente, o tratamento baseia-se em terapia comportamental e uso de medicamentos estimulantes. Há uma grande demanda por abordagens não medicamentosas para o deficit de atenção e hiperatividade e poucas opções disponíveis, com comprovação científica.

Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Não se trata de uma novidade tecnolótica, pois a estimulação do nervo trigêmeo foi idealizada em 1987. A técnica passou por aprimoramentos e, em 2003, a Universidade da Califórnia em Los Angeles publicou as primeiras evidências científicas de sua eficácia para epiléticos resistentes ao tratamento medicamentoso tradicional. Mais recentemente, pesquisadores começaram a testar o método em pacientes diagnosticados com hiperatividade e deficit de atenção e transtorno do estresse pós-traumático. De acordo com os especialistas, estudos relatam 70% de redução na gravidade dos sintomas de depressão em pacientes que também não respondiam aos medicamentos, melhora do sono em pacientes com transtorno do estresse pós-traumático e melhora do deficit de atenção e hiperatividade em crianças e adolescentes, sem precisar recorrer a psicotrópicos.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação da estimulação do nervo trigêmeo foi descrita para pacientes com epilepsia, depressão, deficit de atenção e transtorno do estresse pós-traumático. Foram apresentados dados epidemiológicos para transtorno do estresse pós-traumático e deficit de atenção e hiperatividade. No entanto, não foram descritas as fontes das referências utilizadas.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
De acordo com os especialistas, estudos relataram benefícios de forma clara para a depressão, transtorno do estresse pós-traumático e melhora do deficit de atenção e hiperatividade. Entretanto, a matéria não especificou os desfechos utilizados pelos estudos. Os benefícios não foram apresentados de forma isenta, pois os estudos publicados são dos idealizadores da estimulação do nervo trigêmeo.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Os custos de tratamento não foram apresentados, pois se trata de um método que está sendo testado para pacientes com transtorno do estresse pós-traumático e deficit de atenção e hiperatividade. Logo, não há comparações de custos com as alternativas existentes. A matéria não discutiu outros custos adicionais.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
O equipamento para a estimulação do nervo trigêmeo só está disponível na Europa e no Canadá com indicação para o tratamento da epilepsia e da depressão. Não há relato sobre o possível financiamento do tratamento pelo SUS e do fornecimento por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Houve o relato da existência de alternativas de tratamento para transtorno do estresse pós-traumático e deficit de atenção e hiperatividade, sem descrever quais são estas alternativas. De acordo com especialistas, a estimulação do nervo trigêmeo é uma alternativa para os pacientes com transtorno do estresse pós-traumático que não se beneficiam dos tratamentos existentes e para crianças e adolescentes com deficit de atenção e hiperatividade. Não foram descritas as possíveis desvantagens da nova intervenção.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os potenciais riscos/danos da estimulação do nervo trigêmeo não foram apresentados.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
Os dados epidemiológicos foram relatados por especialistas da área e os estudos científicos apresentados são da Universidade da Califórnia em Los Angeles. As fontes não são independentes, pois os estudos foram realizados pelo idealizador da estimulação do nervo trigêmeo. A matéria não identificou possíveis conflitos de interesses.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Não Satisfatória
A linguagem utilizada está clara e objetiva. Entretanto, as evidências científicas apresentadas não são claras e coerentes com o foco da matéria, pois os estudos estão em fase de teste e apresentam poucos pacientes, impossibilitando que os resultados sejam extrapolados.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Há relato de estudos científicos, informando a referência. Os estudos foram realizados em humanos, entretanto, a amostra é pequena, pois trata-se de ensaio clínico de fase II. Não foram apresentados dados sobre o tempo de estudo e as limitações das evidências apresentadas.
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