Vacina mais avançada contra malária perde eficácia com o tempo
NOSSO RESUMO
A matéria publicada no site G1 apresenta a vacina RST,S, em fase de desenvolvimento contra a malária . Estudo clínico recente, realizado com crianças de até 17 meses, demonstrou perda de eficácia significativa da vacina ao longo do tempo, passando de 35,9% de proteção no primeiro ano para 2,5% após quatro anos. Esta é a vacina contra a malária em estágio mais avançado de desenvolvimento, em todo o mundo. Conforme os pesquisadores, embora os estudos iniciais tenham sido aprovados e seu uso recomendado pela Agência Europeia de Medicamentos, os dados atuais depõem contra a tecnologia. O autor principal do estudo tem uma afirmação citada na matéria de caráter bastante controverso e tendencioso: há uma tentativa de sugerir o uso de maior número de doses da vacina como solução para o problema da eficácia. Entretanto, os dados apresentados são alarmantes e requerem investigações mais criteriosas em relação ao real benefício do produto. Outros potenciais riscos da vacina não foram apresentados. Os custos e a disponibilidade da vacina no Brasil também não foram abordados.
Foram apresentadas evidências científicas consistentes, que condizem com a etapa de desenvolvimento o produto. A perda de eficácia foi a principal limitação apresentada.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
A malária é uma infecção parasitária transmitida através da picada da fêmea do mosquito Anopheles infectado. No Brasil, a magnitude da malária está relacionada à elevada incidência da doença na Região Amazônica e à sua potencial gravidade clínica. Em 2015, um total de 214 milhões de casos novos de malária foram registrados no mundo, com a estimativa de que 490 mil pessoas tenham morrido em decorrência da doença (Médicos Sem Fronteiras).
A doença apresenta-se mais comumente em áreas pobres e desfavorecidas, representando um impacto enorme para a receita de países endêmicos e uma carga importante nos serviços de saúde. Atualmente, as estratégias de prevenção concentram-se em medidas individuais, como a utilização de mosquiteiros e repelentes, com o intuito de reduzir a possibilidade de picada pelo mosquito. Atividades de controle vetorial também são realizadas em áreas endêmicas. A imunização, contudo, ainda é uma questão latente e necessária para o controle efetivo da doença.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: A noção de que as vacinas fornecem proteção por tempo indeterminado, claro, respeitando a quantidade de doses estabelecidas chama atenção a informação que diz o contrário. Uma vacina que perde a eficácia com o tempo não é comum, ganha então destaque de notícia
INTERTÍTULO: Para se chegar a conclusão dessa perda da eficácia pesquisadores levaram em consideração a queda na taxa de proteção levantado num estudo.
COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Reportagem de agências internacionais.
DEFINIÇÃO: Reportagem traz termos bem técnicos, mas cerca o leitor com informações pertinentes ao assunto. Explica o motivo da ineficácia da vacina, mas não índia caminhos para resolução do problema. Orienta sobre as formas de se contrair a doença e o perfil de quem tem mais chances de contrair a mesma.
PUBLICIDADE OU CONFLITO DE INTERESSE: A reportagem traz como uma das fontes um dos pesquisadores que desenvolveu a vacina que atualmente é usada e que teve a eficácia questionada. Ele afirma que a solução seria aumentar o número de doses da vacina. Mas será que este seria o principal meio?
FONTE DE INFORMAÇÃO: pesquisadores que detectaram que com o passar do tempo a única vacina disponível contra malária vai perdendo a eficácia. Não foram ouvidas outras fontes de informação, que pudessem dar encaminhamentos ao problema.
RECURSOS VISUAIS USADOS: Não foram usados
CONCLUSÃO: A reportagem traz um problema e não aponta caminhos claros nem das fontes ouvidas nem das autoridades de saúde. A vacina contra malária perde a eficácia com tempo. E o que fazer? A saída é aumentar mesmo o número de doses como proposto por uma das fontes consultadas? Existem outras alternativas, quais?
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