Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Apresentou-se uma forma farmacêutica do medicamento rivastigmina, isto é, um adesivo transdérmico contendo o fármaco que pode ser utilizado para o tratamento do Alzheimer. A expectativa é que o uso do medicamento possa reduzir a velocidade de progressão da doença.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
O medicamento está indicado para tratamento da progressão da doença de Alzheimer. Os dados epidemiológicos sobre a prevalência da doença no Brasil foram apresentados de maneira satisfatória. Foi apresentada ainda uma estimativa para o número de casos da doença para as próximas três décadas.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Os benefícios foram apresentados de maneira clara. No entanto, estimativas do número de pacientes que respondem positivamente ao tratamento não foram fornecidas. Esta informação, geralmente presente na literatura científica, é sempre fundamental quando se discutem os benefícios de um medicamento.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não houve nenhuma menção aos custos do uso do adesivo de rivastigmina ou das alternativas atualmente disponíveis para o tratamento da demência na doença de Alzheimer. Eventuais custos adicionais decorrentes do uso deste adesivo também não foram relatados.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Satisfatória
Dados sobre a disponibilidade do medicamentos foram apresentados. O medicamento já foi registrado na ANVISA e encontra-se disponível no mercado brasileiro. Ele é ainda fornecido pelo SUS e recomendado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da doença de Alzheimer. O fornecimento deste medicamento pelos planos de saúde privados não foi informado.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Embora tenha sido relatada a existência de alternativas ao uso do adesivo de rivastigmina, essas opções não foram detalhadas. As principais vantagens apresentadas do novo medicamento são a melhora na qualidade de vida e a liberação contínua do medicamento, o que pode reduzir os efeitos colaterais. No entanto, as eventuais desvantagens do produto não foram descritas.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os riscos decorrentes do uso de rivastigmina não foram citados ou mensurados, bem como eventuais efeitos secundários ao uso do medicamento.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As fontes das informações foram descritas. No entanto, não foram utilizadas fontes independentes de informação nem identificados os possíveis conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada não é sensacionalista e apresentou as informações de maneira clara, objetiva e coerente com as evidências disponíveis.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não se apresentou nenhuma informação obtida diretamente de artigos científicos publicados. Também não foi descrito nenhum estudo realizado em humanos. As informações foram coletadas em documentos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. As limitações das evidências apresentadas não foram discutidas. Além disso, o PCDT referenciado na reportagem trata de infecções sexualmente transmissíveis e não sobre demência ou Alzheimer.
Olhar Jornalístico

NOSSO RESUMO: A rivastigmina é um medicamento inibidor da enzima responsável pela degradação dos neurotransmissores do processo cognitivo, a acetilcolina. Reduz a progressão da doença, devolvendo parte da qualidade de vida ao paciente e certa independência ao diminuindo parte da perda de memória e funções motoras, que são sintomas comuns ao Alzheimer.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, provoca a diminuição progressiva de funções mentais e motoras, é responsável por 70% de casos de demência de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Essa enfermidade provoca alterações na memória, ansiedade, confusão, irritabilidade e mudanças no comportamento. O avanço da doença de Alzheimer causa dificuldades na fala, coordenação motora para executar atividades do dia a dia, dificuldades de identificar pessoas, e em estágios mais avançados deficiência motora grave e infecções constantes.
No Brasil ela atinge 1,4 milhões de pessoas segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) e como a população brasileira envelhece a cada década esse número tende a crescer.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que em 2019 9,52% da população tinha mais de 65 anos, e estes números tendem a aumentar para 2030 se calcula 13,54% e 2050, 21,87% de população idosa. Segundo o Ministério da Saúde para essa população acima dos 65 anos se vê 11,5% com a doença.
Para tratar o Alzheimer existem medicações oferecidas pelo SUS, mais comumente os comprimidos ou solução oral de rivastigmina, além de exames de acompanhamento.

POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?: A doença de Alzheimer é uma enfermidade que ainda tem ocorrências desconhecidas, mas é caracterizada pelo acúmulo da proteína beta-amilóide que atrapalha as sinapses dos neurônios, bem como a redução progressiva de células nervosas e do volume cerebral.
Ela afeta o funcionamento do cérebro comprometendo funções cognitivas. Memória, raciocínio lógico, julgamento, linguagem, são algumas das áreas afetadas. O diagnóstico é clínico, ou seja, feito por exames e histórico do paciente. Para excluir possibilidade de outras doenças, são feitos exames como tomografia, teste sanguíneo, e ressonância magnética.
Estima-se no mundo que haja 46,8 milhões de pessoas com demência no mundo, e que este número pode dobrar em 2030 (74,7 milhões) e triplicar em 2050 (131,5 milhões). A Doença de Alzheimer é a maior causa de demência.
No Brasil estudos epidemiológicos realizados por Herrera (2002) identificaram que 55,1% dos casos de demência tem relação com Alzheimer. Ainda identificaram que há prevalência maior da doença para mulheres, um estudo conhecido como Catanduva demonstrou que mulheres têm probabilidade de 59% enquanto no homem de 41%. A provável razão é que mulheres vivem em média 7 anos a mais que homens, e de acordo com os estudos de Nitrini (1993) existe uma prevalência de 54% de casos de Alzheimer após os 85 anos.
A doença de Alzheimer quando é diagnosticada cedo, pode ter seu avanço atrasado e controlada, se tratando de uma doença que ainda não tem cura.

TÍTULO: A manchete funciona como um chamado para a matéria, apesar de se tratar de uma nova formatação de um medicamento já existente, falando sobre novos métodos de tratar uma doença tal como o Alzheimer.

INTERTÍTULO: Explica o título com informações sobre a formatação do medicamento oferecida pelo Sistema Único de Saúde que funciona como alternativa às formatações já apresentadas.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Conteúdo patrocinado pela empresa Sandoz, parte grupo farmacêutico suíço Novartis.

DEFINIÇÃO: Apesar de tratar de um conteúdo patrocinado a reportagem se mostrou completa ao tratar da Doença de Alzheimer, trazendo dados sobre a doença e sobre os avanços dela com prognósticos para a população brasileira. A relação do medicamento e sua nova apresentação com o conteúdo geral da matéria foi bem apresentado.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: A matéria é patrocinada pela indústria fabricante do medicamento, porém, além de apresentar a Rivastigmina em adesivo e suas vantagens apresenta outras informações pertinentes ao conteúdo.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Artigos da Associação Brasileira de Alzheimer, projeção populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, artigo sobre Demência da Organização Mundial da Saúde, e Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêutica do Ministério da Saúde.

RECURSOS VISUAIS: Texto verbal e imagem de banco de imagens

CONCLUSÃO: A reportagem traz a nova apresentação da Rivastigmina por conteúdo patrocinado pela fabricante, porém seu foco não limita a apresentação das vantagens do novo formato, apesar de estarem sempre relacionados entre pontos da matéria. No geral as informações para além do medicamento complementam a informação sobre o adesivo transdérmico, carecendo apenas de informações sobre os custos da rivastigmina e quando seria apresentada no SUS.

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