NOSSO RESUMO

A matéria, publicada no portal G1, apresenta os resultados de um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros, para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da Zika. O Instituto Evandro Chagas, apoiado pelo Ministério da Saúde, em parceria com outras instituições internacionais é o responsável pelo desenvolvimento do produto. De acordo com os dados descritos, nos testes realizados a vacina foi capaz de impedir que o vírus causasse microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central em camundongos e macacos fêmeas. Os custos, assim como os potenciais riscos decorrentes da utilização da vacina não foram mencionados. Os resultados dos testes em animais foram publicados na revista Nature Communications. Não foi identificado potencial conflito de interesse na construção do texto.

POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti que foi identificado pela primeira vez no Brasil, em abril de 2015. Até Outubro de 2016, foi confirmada a transmissão vetorial do vírus Zika em 73 países e territórios no mundo desde 2007, sendo 47 (64%) nas Américas. A população mundial exposta ao vírus Zika é de 1.357.605.792 pessoas, das quais 15,3% são brasileiros. No Brasil, em 2016, foram registrados 205.578 casos prováveis de febre pelo vírus Zika (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
As investigações sobre o tema continuam em andamento para esclarecer questões como a transmissão desse agente, sua atuação no organismo humano e a infecção de fetos. O desenvolvimento de alternativas para a prevenção da infecção é extremamente relevante dada sua importância clínica e epidemiológica, relacionadas, sobretudo, à epidemia de microcefalia, comprovadamente relacionada à infecção pelo Zika.

Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Apresenta-se um estudo em andamento, conduzido por pesquisadores brasileiros, para o desenvolvimento de uma vacina contra o Zika vírus. Conforme descrito, trata-se de um dos estudos em estágio mais avançados no desenvolvimento de uma intervenção para enfrentar a infecção. Os resultados preliminares indicam que a tecnologia será potencialmente capaz de prevenir a contaminação pelo vírus em gestantes.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação de uso da vacina foi claramente descrita para a imunização contra o vírus da Zika. Não foram apresentados, contudo, dados epidemiológicos que suportem a relevância da intervenção.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Relatou-se que o principal benefício da vacina foi a capacidade de impedir que o vírus causasse microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central em camundongos e macacos fêmeas. No grupo que não tomou a vacina, por outro lado, as fêmeas de camundongos tiveram aborto por conta da transmissão do vírus zika ou seus filhotes nasceram com microcefalia e outras alterações neurológicas.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Os custos prováveis para a tecnologia não foram mencionados. Entretanto, foi informado o investimento do Ministério da Saúde no desenvolvimento da vacina, R$ 7 milhões até 2021.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
A disponibilidade da vacina no Brasil não foi claramente descrita. Todavia, informou-se que o estudo está sendo conduzido por uma instituição brasileira, o Instituto Evandro Chagas, em parceria com outros centros internacionais. Dado que se trata de um produto em desenvolvimento, não foram fornecidas informações sobre o possível fornecimento da vacina para a população pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por planos privados de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Embora seja de conhecimento público a inexistência de uma alternativa terapêutica para prevenir a infecção pelo vírus da Zika, essa informação não foi apresentada.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os potenciais riscos ou danos associados ao uso da vacina não foram descritos.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As fontes de informação foram descritas. Embora as fontes consultadas estejam ligadas ao Instituto que desenvolve o produto, não foi identificado potencial conflito de interesse na construção do texto.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada é clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Foi informada a publicação dos dados do estudo na revista Nature Communications. O estudo está em andamento e os resultados apresentados referem-se aos achados em animais. Conforme descrito, os estudos em humanos devem iniciar em 2019. Não foram discutidas limitações da evidência disponível.

Olhar Jornalístico

TÍTULO: Destaca possível eficácia da vacina na prevenção da doença em gestantes. Isso é de grande interesse da população uma vez que com a grande quantidade de registros de casos da doença no país, a população ficou em alerta, em especial as mulheres grávidas.

INTERTÍTULO: Complementa o título destacando que o estudo foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros

COMO A NOTÍCIA CHEGOU À INFORMAÇÃO: release Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém; especialistas em saúde pública.

DEFINIÇÃO: A definição do estudo é clara e demonstra que os testes para a vacina ainda estão em fase que antecede a avaliação em humanos.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não é possível perceber indicação de interesses comerciais na reportagem

FONTES DE INFORMAÇÃO: apenas fonte do estudo do Instituto Evandro Chagas (IEC),

RECURSOS VISUAIS: Não foram utilizados

CONCLUSÃO: Seria interessante uma explicação de como o vírus da Zika atua no sistema nervoso podendo provocar efeitos nocivos para os bebês de gestantes que contraíram a doença. Também seria ideal o posicionamento de outros estudiosos sobre a vacina e reações adversas que ela poderia provocar. Uma dessas reações chegou a ser citada na reportagem, que é a esterilidade dos machos, mas não traz informações mais completas sobre esse achado.

http://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/09/vaccination-1215279_1920-1024x683.jpghttp://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/09/vaccination-1215279_1920-150x150.jpgNatália FreitasEstratégia de prevençãoNOSSO RESUMO A matéria, publicada no portal G1, apresenta os resultados de um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros, para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da Zika. O Instituto Evandro Chagas, apoiado pelo Ministério da Saúde, em parceria com outras instituições internacionais é o responsável pelo desenvolvimento do...A sua notícia revisada por especialistas