NOSSO RESUMO

A matéria, publicada no jornal O Globo, apresenta o medicamento Farydak, indicado para o tratamento do câncer de médula óssea. A contextualização da doença como um problema de saúde não foi realizada e dados epidemiológicos não foram apresentados. O medicamento possui registro junto ao FDA, mas dados sobre a disponibilidade no Brasil e relativos ao acesso ao medicamento por meio do SUS ou por planos privados de saúde não foram abordados. Os custos com o novo medicamento também não foram descritos. As evidências científicas apresentadas não estão claramente descritas, dificultando analisar sua coerência e qualidade, além dos possíveis conflitos de interesses.

POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
O mieloma múltiplo é uma neoplasia maligna e incurável de células B (também chamadas de linfócitos B), caracterizada pela proliferação desregulada e clonal de plasmócitos na medula óssea, os quais produzem e secretam imunoglobulina monoclonal, promovendo progressivamente destruição óssea, falência renal, supressão hematopoiética e infecções. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram registrados 2.815 mortes por mieloma múltiplo no Brasil em 2014, com taxa de mortalidade de 1,45 mortes por 100.000 habitantes. A existência de alternativas terapêuticas que possibilitem aumento da sobrevida geral do paciente e da sobrevida livre de progressão, além de reduzir sua disseminação para outros órgãos e tecidos, são desafios para uma melhor qualidade de vida dos pacientes.

Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Trata-se de um novo medicamento aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória norte americana. O medicamento denominado Farydak destina-se ao tratamento de pacientes com câncer de medula óssea e visa inibir a progressão do tumor.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
A indicação de Farydak foi descrita para o tratamento de câncer de medula óssea. Entretanto, não foram apresentados dados epidemiológicos que demonstrem a importância e o impacto desse tipo de câncer na população. Também não foi informado o tipo específico de câncer de medula óssea e para qual estágio da doença ( localizado ou avançado metastático, com disseminação para outros órgãos e tecidos) o medicamento estava indicado.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Os potenciais benefícios do medicamento foram apresentados, utilizando-se como medida de desfecho o tempo de vida em meses, sem a que o câncer se espalhe. Entretanto, não foi especificado na matéria se este desfecho refere-se à sobrevida global ou à sobrevida livre de progressão da doença.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Os custos de tratamento não foram apresentados. Logo, não há comparações de custos com as alternativas existentes para o tratamento do câncer de pulmão. A matéria não discutiu outros custos adicionais, tais como custos de aplicação do medicamento.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não houve relatos sobre a disponibilidade do medicamento no mercado brasileiro ou registro na ANVISA. Também não se abordou o possível financiamento do tratamento pelo SUS e seu fornecimento por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Houve o relato da existência de alternativas de tratamento para o câncer de pulmão, sem descrever quais são estas alternativas. Foi descrito que o Farydak aumentou em quase cinco meses o tempo de vida dos pacientes, sem que o câncer se espalhasse, em comparação com o tratamento padrão. Não foram descritas as possíveis desvantagens da nova intervenção e como ela se enquadraria no âmbito das alternativas já existentes.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os potenciais riscos e danos associados ao uso do medicamento, tais como possíveis reações adversas, não foram apresentados.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
Houve referencia aos dados sobre a aprovação no mercado norte americano. Entretanto, os demais dados apresentados na matéria foram de um estudo conduzido pela indústria fabricante do medicamento, não sendo possível afirmar a ausência de conflitos de interesses.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Não Satisfatória
A linguagem utilizada está parcialmente clara e objetiva. As evidências científicas apresentadas são coerentes com o foco da matéria, apesar de muito sucintas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados sobre o tempo de estudo, o número de pessoas que já utilizaram o novo medicamento, as limitações do estudo e onde este estudo foi realizado e publicado. Além disso, o estudo citado na matéria não foi referenciado, o que impede o acesso às suas informações, de forma mais detalhada.
Michael RubersonMedicamentosNOSSO RESUMO A matéria, publicada no jornal O Globo, apresenta o medicamento Farydak, indicado para o tratamento do câncer de médula óssea. A contextualização da doença como um problema de saúde não foi realizada e dados epidemiológicos não foram apresentados. O medicamento possui registro junto ao FDA, mas dados sobre...A sua notícia revisada por especialistas