Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Foi apresentada uma nova vacina contra a febre reumática que está sendo testada no Brasil. No entanto, não ficou claro se o produto é protegido por patente. Se comprovada sua eficácia, pode ser uma boa alternativa na prevenção da infecção pelo Streptococcus pyogenes, patógeno que pode causar a febre reumática.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A tecnologia está indicada para prevenção da infecção pelo Streptococcus pyogenes. Foram apresentados dados epidemiológicos da incidência de problemas cardíacos causados por febre reumática no mundo.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Os benefícios proporcionados pela vacina foram apresentados de maneira superficial. Não foram abordados desfechos representativos no contexto clínico e a eficácia do produto.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não foram apresentados os custos reais ou prováveis da vacina, nem de suas alternativas terapêuticas.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Satisfatória
Foi relatado que o produto ainda está em fase de testes e só deverá estar disponível em cerca de cinco anos. Não se discutiu sobre o possível fornecimento da vacina pelo SUS ou pelos planos de saúde privados, quando estiver disponível no mercado.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
A benzilpenicilina benzatina injetável foi apresentada como uma opção para o tratamento e prevenção da febre reumática em pacientes já infectados pela bactéria. Contudo, não foi apresentado nenhum método preventivo para a infecção.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os riscos decorrentes da vacina não foram citados nem quantificados. Também não foram apresentados efeitos secundários que poderiam ter impacto na vida dos pacientes.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações apresentadas foram obtidas por meio de entrevistas com especialistas. Não foram identificados possíveis conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Não houve sensacionalismo na linguagem utilizada, que apresentou as informações sobre a vacina de maneira coerente.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não ficou claro se as informações apresentadas foram obtidas de algum artigo científico publicado. Ainda não foram realizados estudos em humanos, que aguardam liberação da Anvisa. As limitações da evidência científica disponível sobre a vacina não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: Factual: tecnologia, estágio do desenvolvimento, qual doença atinge.

INTERTÍTULO: Apresenta dois dados sobre o histórico da luta contra a doença no Brasil e no mundo: há quanto tempo é pesquisada (embora não aborde se as pesquisas buscavam métodos de cura, prevenção ou apenas saber mais sobre a condição) e o número de crianças afetadas no mundo.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Comunicação da Faculdade de Medicina da USP.

DEFINIÇÃO: A reportagem começa introduzindo um paciente (criança) e sua mãe, identificando um dos desgastes causados pela doença. Os personagens são rapidamente substituídos por uma das fontes de informação, que fala sobre a doença, seus efeitos e como os organismos responsáveis operam. Resultados até o momento, métodos, importância e estágio da pesquisa também são informados.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não aparente. A única instituição ou grupo mencionado é o Instituto do Coração, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Fora isso, há demonstração de interesse em colocar a vacina em circulação.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Debora Egri, reumatologista; Luisa Gugliemi, responsável pela pesquisa.

RECURSOS VISUAIS: Imagens de uma criança acometida pela doença e sua mãe no ambiente doméstico; gravação de uma das fontes; imagens de um exame na garganta de uma criança; falas da primeira fonte de informação; lista de informações básicas sobre a doença;

CONCLUSÃO: É comum em matérias sobre tecnologias da saúde o uso, como personagens, de portadores da doença ou condição e que talvez terá (ou teria) sua vida mudada caso tivesse esse acesso antes. Apesar de aproximar a pauta do público, esse recurso pode parecer apenas apelo emocional. O básico da pauta é entregue ao espectador: o que é a doença, quem ela afeta, o que é a nova tecnologia, como pode mudar o estado atual. Apesar do tempo curto, tudo isso é trazido de forma clara. No entanto, há uma discrepância em relação à matéria no site da FM-USP: foram 20 anos de pesquisa, e não 30.

http://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/09/vaccination-1215279_1920-1024x683.jpghttp://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/09/vaccination-1215279_1920-150x150.jpgTúlio SarmentoEstratégia de prevençãoA sua notícia revisada por especialistas