Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Apresentou-se a rapamicina, uma molécula descoberta nos anos 1970. A expectativa é que ela possa ser utilizada para frear a evolução do Alzheimer e alguns tipos de câncer e até mesmo retardar o envelhecimento.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
As indicações da molécula foram descritas de maneira muito superficial, o que pode ser justificado pelo fato de os estudos ainda estarem sendo realizados. Como indicações de uso específicas, citaram-se o câncer e o Alzheimer. Houve, ainda, de um modo também superficial, a menção à possibilidade de o medicamento prolongar a expectativa de vida dos indivíduos. Não foram apresentados os dados de incidência ou prevalência das doenças abordadas.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Assim como as indicações, os benefícios do uso da rapamicina foram mencionados de maneira superficial. Foram relatadas as expectativas com o tratamento – por exemplo, a possibilidade de retardar a evolução do câncer. Outro benefício muito citado na reportagem é a esperança de ampliar a expectativa de vida da população com o uso do medicamento. No entanto, o percentual de indivíduos que obtiveram sucesso com o tratamento, isto é, a eficácia do medicamento, não foi descrita.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Os custos reais ou prováveis do uso da rapamicina ou de suas alternativas terapêuticas não são abordados na reportagem, sejam eles diretos ou indiretos.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foram apresentadas informações a respeito da disponibilidade desta molécula no mercado brasileiro para nenhuma das indicações apresentadas – redução no ritmo da evolução de doenças ou adiamento do envelhecimento. Também não foi mencionado o fornecimento da rapamicina por meio do SUS ou dos planos de saúde privados.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
As alternativas atualmente disponíveis para o tratamento das doenças abordadas na reportagem não foram citadas. Consequentemente, não se discutiram as vantagens e desvantagens da rapamicina, de maneira comparativa. Não foram apresentados detalhes sobre como a molécula se enquadraria entre as alternativas atualmente disponíveis.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Satisfatória
Dentre os principais riscos decorrentes do uso da rapamicina, destacou-se uma possível dificuldade na cicatrização, pneumonia, maior vulnerabilidade a infecções e câncer. Todavia, estes danos não foram quantificados. Os efeitos secundários estão, de um modo geral, relacionados à ação desta molécula na proteína mTOR.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
Muitos dados foram apresentados mas não houve nenhuma descrição da fonte destas informações. Não houve utilização de fontes independentes de informação, nem identificação de potenciais conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Não Satisfatória
De um modo geral, houve limitada coerência entre o foco da matéria e as evidências científicas a respeito dessa tecnologia. O foco foi principalmente a possibilidade de prolongar a expectativa de vida, sem que se vinculasse esse prolongamento à cura de alguma doença específica. Não houve sensacionalismo na linguagem adotada.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados de nenhum artigo científico publicado. Mencionou-se que há mais de 2.000 estudos sendo realizados para avaliar as inúmeras indicações da rapamicina, mas seus resultados não foram apresentados. Muitas das informações presentes na matéria não foram referenciadas. As limitações das evidências não foram, consequentemente, discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: Título chamativo, quase sensacionalista pela escolha de palavras.

INTERTÍTULO: Intertítulo que introduz o fármaco sobre o qual o texto fala e o número de estudos feitos sobre. Utiliza-se de pergunta retórica que torna-o mais interessante.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Artigo publicado na Revista Nature em 19 de julho de 2019 que circulou em diversas mídias do mundo.

DEFINIÇÃO: A matéria traz dois textos de ficção para levantar questões sobre o envelhecimento e assim puxar para o novo teste envolvendo o fármaco rapamicina, uma droga que pode vir a combater males relacionados à idade, entretanto apresenta diversos efeitos colaterais.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indicações claras de interesse comercial.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Artigo da Revista Nature; entrevista com Hugo Aguilaniu, geneticista do Instituto Serrapilheira; e entrevista do Dr. Aubrey de Grey.

RECURSOS VISUAIS: Imagens de Peter Pan da animação da Disney (1953) baseado na personagem do escritor James M. Barrie que não envelhecia, e fotografia dos Moais da Ilha de Páscoa tirada de banco de imagem.

CONCLUSÃO: A matéria traz entre questões da literatura de ficção e científica algo que estava muito falado na época sobre a rapamicina e os seus efeitos anti-idade, com isso ela levanta o questionamento feito pelo médico britânico Aubrey de Grey sobre os problemas de prolongar a vida e não combater doenças que vêm com o envelhecimento. A explicação dos efeitos da rapamicina no corpo são boas, mostrando efeitos positivos e negativos, assim como a história da descoberta deste fármaco. No geral é um texto envolvente que leva o leitor a indagar sobre efeitos de medicamento e seus efeitos colaterais.

http://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/idoso2.jpghttp://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/idoso2.jpgTúlio SarmentoMedicamentosA sua notícia revisada por especialistas