Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
A reportagem apresentou um teste diagnóstico para zika ainda em fase inicial da doença. Não foi abordado como este método funciona, nem em quanto tempo os seus resultados estariam disponíveis.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A utilização do teste seria indicada para detecção da infecção pelo vírus da zika ainda no estágio inicial da doença, o que poderia auxiliar no planejamento da gravidez. Além disso, o teste possibilita o diagnostico diferencial do vírus da zika com relação ao vírus da dengue.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
De acordo com a matéria, a pesquisadora buscou desenvolver um teste diagnóstico para o vírus da zika que fosse mais eficiente que o atual. Entretanto, não foi informado se o novo teste é de fato mais eficiente e nenhum dado relativo à precisão e acuraria foi apresentado. Também não houve o detalhamento sobre os possíveis benefícios deste novo teste.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não houve nenhuma menção aos custos reais ou prováveis do novo teste diagnóstico. Consequentemente, não foram comparados os custos do novo teste com o teste atualmente utilizado para detecção da doença.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Nenhuma informação sobre o registro do teste pela Anvisa e sobre sua disponibilidade pelo SUS ou pelo setor privado foi abordada. Também não foi relatado se este novo método diagnóstico ainda se encontra em fase de teste.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Embora tenha sido descrito de maneira superficial que já há teste diagnóstico disponível para infecção pelo vírus da zika, as duas tecnologias não foram comparadas nem se detalharam as vantagens e/ou desvantagens de nenhuma delas.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não houve descrição dos possíveis riscos e/ou eventos adversos decorrentes da realização do novo teste diagnóstico. Características do teste, como, por exemplo, se este é invasivo ou não, não foram abordadas.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações sobre a nova tecnologia foram obtidas por meio de entrevista realizada com a própria pesquisadora. Não houve relato de possíveis conflitos de interesse, nem houve a utilização de fontes independentes de informação.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Não Satisfatória
Houve um certo sensacionalismo na abordagem adotada nesta reportagem. Afirmou-se que o \”método diagnostica zika vírus em fase inicial e ajuda a evitar microcefalia em bebês\”, embora não tenham sido demonstrados os resultados do teste e em qual magnitude este pode auxiliar na prevenção da microcefalia.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados de estudos científicos publicados, contendo os resultados do uso deste novo teste diagnostico. Também não houve detalhamento sobre a população na qual este método diagnóstico foi estudado. Além disso, as limitações dos estudos realizados não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: O título aponta corretamente o que é descrito na notícia sobre a descoberta, um método novo de diagnóstico mais preciso para o vírus da zika.

INTERTÍTULO: O intertítulo complementa a informação do título, indicando para quem e para o que o novo método é recomendado.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Release do Cedecom – UFMG do dia 12/08/2019.

DEFINIÇÃO: A reportagem traz uma inovação – no caso, a de que o novo diagnóstico pode ajudar na descoberta e acompanhamento da gravidez. Apesar disso, não apresenta informações sobre o método, sua eficácia e resultados, não deixando claro seu uso na prevenção.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não indicações claras de interesse comercial por parte do veículo e a descoberta.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevistas com Naucilene Pio de Oliveira, mãe de paciente de microcefalia, e Priscila Nogueira Guimarães, pesquisadora que desenvolveu o método.

RECURSOS VISUAIS: Imagens de transição, gravação com entrevistados e infográfico animado.

CONCLUSÃO: A reportagem limitou-se à apresentação simples e direta de uma descoberta e não buscou outras informações que pudessem complementar a matéria. Em certo grau, a apresentação da notícia toma ares sensacionalistas. Como não houve qualquer revelação sobre os resultados e métodos e muito menos se discute como o diagnóstico funciona e é feito, muito do que é discutido em reportagem são suposições – e, sem essa apresentação de dados concretos, a matéria deixa a desejar sobre essa nova tecnologia.

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