Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
A reportagem veiculada pelo G1 informa sobre a descoberta de uma molécula que reprime genes relacionados com a atrofia muscular. Quando injetada no tecido muscular, se espera que a molécula proporcione ganho de massa muscular.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
Não há muitos detalhes se todos os pacientes com atrofia muscular poderiam se beneficiar com o tratamento ou se só uma parcela dos pacientes estariam aptos a utilizar a nova molécula. Não foram apresentadas estimativas da incidência de atrofia muscular ou outras doenças que poderiam ser tratadas com a nova terapia genética.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
A reportagem descreveu o valor médio de aumento do tônus muscular proporcionado pelo uso da nova terapia, um desfecho de grande relevância no contexto de condições clínicos como a atrofia muscular.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não houve nenhuma informação a respeito dos custos da terapia genética apresentada, sejam eles diretos ou indiretos, ou das atuais alternativas adotadas no tratamento de atrofia muscular.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
A matéria não abordou a disponibilidade da nova tecnologia no mercado brasileiro. No entanto, é importante ressaltar que a terapia ainda está em fase de desenvolvimento e por isso ainda não foi registrada na Anvisa. Consequentemente, ela não é financiada pelo SUS nem por planos de saúde privados.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Não houve descrição de terapias que sejam utilizadas atualmente no tratamento de atrofia muscular, nem foram relatadas as vantagens da terapia gênica em relação aos atuais tratamentos disponíveis.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os danos reais ou potenciais da nova terapia não foram descritos ou quantificados. Mas, por ainda estar em fase de desenvolvimento, é possível que estes danos ainda não tenham sindo mensurados em seres humanos ou não sejam conhecidos.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações sobre a nova terapia foram obtidas por meio de entrevistas com os próprios pesquisadores. Fontes independentes de informação não foram utilizadas e conflitos de interesses não foram identificados.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia. As informações foram apresentadas de maneira clara e objetiva.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
A matéria citou que os resultados de estudos da nova terapia foram publicados em um artigo científico, sem referenciar a fonte. Como destacado, até o momento foram realizados estudos apenas em camundongos. Entretanto, as limitações dos estudos e da evidência disponível não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: O título apesar de ter relação com a matéria passa uma ideia errada sobre o que é a pesquisa desenvolvida pela equipe do professor Anselmo Moriscot e William Silva.

INTERTÍTULO: o intertítulo explora a ideia dos benefícios que resultarão da pesquisa e informa que o processo genético descoberto ao longo da pesquisa foi patenteado.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: notícia própria do G1 de acordo com o calendário da reunião anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental.

DEFINIÇÃO: A matéria ao apresentar essa novidade tecnológica para as ciências médicas concentrou-se em mostrar os estudos e digerir a linguagem científica da pesquisa para um grande público. Mantendo as prospecções que esta terapia genética em fase de testes pode resultar no futuro.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há interesse comercial por parte da redação envolvendo a pesquisa descrita no texto.

FONTES DE INFORMAÇÃO: entrevista com o Anselmo Moriscot do Departamento de Anatomia do ICB-USP.

RECURSOS VISUAIS: Fotografia dos pesquisadores William e Anselmo.

CONCLUSÃO: A notícia mostra como a divulgação científica no país merece seu espaço na grande mídia, e há nisto um trabalho de mediar uma linguagem a outra e atingir uma grande público que muitas vezes não está ligado à ciência descrita. A abordagem feita pela jornalista tratou de apresentar a evolução da pesquisa de genes relacionados a degeneração muscular e como isso pode trazer benefícios no futuro para doenças que causam perda de massa muscular. Entretanto, vale marcar que em alguns pontos dessa perspectiva de cura que vêm com a notícia são especulações, uma vez que, os estudos estão em fase de teste com animais.

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