Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Foi apresentada uma nova técnica de terapia gênica (troca de genes defeituosos) aplicável ao tratamento da mucopolissacaridose (MPS). Desenvolvido por pesquisadores do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, o método ainda não está registrado para o tratamento de MPS – mas, com futuros testes, poderá ser um grande avanço na terapia da doença.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação da nova tecnologia foi apresentada de forma clara, embora não tenha sido abordada a possibilidade de diferença na resposta ao tratamento conforme características dos pacientes – faixa etária, sexo, etnia etc. Foram apresentados dados da incidência da doença no Brasil.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Por se tratar de uma tecnologia ainda em desenvolvimento, os benefícios foram apresentados de maneira geral: possível redução no tempo de tratamento e nas doses, maior eficácia e chance de prevenção. Informações mais aprofundadas ainda não estão disponíveis e, portanto, não foram abordadas.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Como é uma tecnologia ainda em desenvolvimento, os custos não foram abordados. Prováveis custos da tecnologia e custos adicionais relativos ao seu uso também não forma apresentados. Apesar disso, a matéria apresentou as despesas geradas pela terapia atualmente utilizada, bem como explicações de por que a nova técnica pode reduzir os custos do tratamento.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Satisfatória
Por se tratar de uma tecnologia em desenvolvimento, ela ainda não está disponível no mercado brasileiro. Desta forma, não foram apresentadas informações sobre registro na Anvisa e o possível financiamento pelo SUS ou por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Houve relato de alternativa terapêutica à intervenção, destacando-se como vantagem da nova técnica o fato de ser aplicada uma única dose, enquanto a terapia atualmente utilizada consiste na administração semanal de medicamentos, por toda a vida do paciente.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não houve apresentação de nenhum dano ou riscos potenciais que possam advir do uso desta nova técnica. Devido ao fato de ainda estar em desenvolvimento, é provável que os principais riscos desta técnica não tenham sido quantificados até a elaboração da reportagem.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As principais fontes de informação utilizadas foram entrevistas diretas com os próprios pesquisadores. Não houve utilização de fontes independentes e não foram identificados potenciais conflitos de interesses.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas. As informações sobre a nova técnica foram apresentadas de maneira objetiva, ressaltando que ela se encontra em fase de pesquisa e testes em laboratório.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Com relação à qualidade das evidências, destacou-se que os testes foram realizados em células humanas e em animais, mas não houve menção à publicação dos resultados do estudo científico. Limitações dos estudos não foram discutidas e todas as características da nova técnica limitaram-se ao relato dos pesquisadores.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: A manchete aborda o tema da notícia de maneira superficial, mas é condizente com a matéria em si.

INTERTÍTULO: É curto, por tratar-se de uma chamada para um telejornal, e mantém aquilo que foi dito na manchete, explicando o que é feito nesta nova terapia genética.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Nota divulgada pelo Hospital das Clínicas de Porto Alegre (22/07)

DEFINIÇÃO: A notícia abordou bem a condição da Mucopolissacaridose (MPS) e essa nova pesquisa que está em desenvolvimento no Hospital das Clínicas de Porto Alegre e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Apesar da tecnologia ser inovadora, ela ainda está em fase inicial e pode ser usada no futuro para substituir a terapia atual para MPS.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Por se tratar de divulgação de uma pesquisa pública, não há interesse comercial na matéria.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Os pesquisadores responsáveis pela tecnologia em desenvolvimento, Roselena Schuh e Guilherme Baldo, que foram entrevistados pela equipe de reportagem, a paciente de MPS Deise Zanin, e a mãe de paciente, Leoni Von Muhlen.

RECURSOS VISUAIS: Imagens de dois portadores da doença; um pesquisador do hospital de Clínicas de Porto Alegre no laboratório.

CONCLUSÃO: A reportagem tratou de relacionar as condições clínicas e a vida dos pacientes com MPS de maneira humana e sensível. Foram apresentados dados da condição no país, as opções de terapia atuais para mucopolissacaridose e os custos de tratamento, hoje disponibilizados pelo SUS. Ao longo da matéria, apontou-se os benefícios deste futuro tratamento desenvolvido no Rio Grande Sul e informou-se que a pesquisa necessita de desenvolvimento maior antes de chegar ao mercado ou ao Sistema Único de Saúde.

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