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Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Apresentaram-se medicamentos para o tratamento da doença causada pelo vírus Ebola, com altos índices de mortalidade. Destacou-se que, até o momento, não havia nenhuma opção terapêutica disponível.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação do medicamento foi claramente descrita. A matéria também apresentou a alta taxa de mortalidade dos pacientes contaminados pelo vírus causador do Ebola, que chega aos 90%.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Relatou-se que a taxa de mortalidade caiu aproximadamente 88% com a utilização do medicamento, mostrando que ele é eficaz para evitar esse desfecho.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Como o medicamento é o primeiro tratamento para a doença, não foi possível comparar o custo da terapia com outras alternativas. Além disso, como o medicamento ainda não está na fase de comercialização, os custos da provável intervenção não foram definidos. Não foram abordados possíveis custos adicionais relacionados ao uso da intervenção.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
A tecnologia apresentada ainda não foi registrada em nenhum órgão internacional. Porém, o tratamento destina-se prioritariamente para a África Ocidental, região que tem sofrido com a epidemia de Ebola.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
A abordagem de outras opções terapêuticas é limitada, porque como a doença enquadra-se nas consideradas negligenciadas, não havia, até então, medicamentos destinados para o seu tratamento. Nesse contexto, não foi possível discutir as desvantagens da nova tecnologia diante das abordagens existentes.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não foram descritos os potenciais riscos relacionados à utilização do medicamento para tratamento do Ebola.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As fontes de informação utilizadas foram adequadamente apresentadas. Embora tenham sido consultadas apenas fontes ligadas ao estudo em questão, não se identificou potencial conflito de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada foi clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentadas as limitações do estudo, além de não ter sido relatado se o resultado do estudo foi publicado em algum periódico científico.

Olhar Jornalístico

NOSSO RESUMO: A matéria apresentada no programa Fantástico corresponde a uma edição curta de uma longa reportagem feita para o Profissão Repórter que acompanha o Dr. Daniel Mukadi, coordenador-chefe do laboratório onde são realizadas as pesquisas com o vírus Ébola, em Beni – República Democrática do Congo.
Durante a reportagem foi relatado o teste com quatro novas drogas em pacientes infectados pelo Ebolavirus, destas, duas se mostraram eficazes no combate à doença – o Regeneron e o mAb114 – que serão utilizados no tratamento de outros pacientes. O vírus Ebola libera uma proteína que afeta a resposta imunológica e causa desgaste na parede de vasos sanguíneos, o que, de acordo com a reportagem, será interrompido pela atuação destes dois medicamentos, que agirão diretamente na liberação destas proteínas e também impedirão a reprodução viral desenfreada no corpo do paciente.
Durante esta fase de testes, 800 pessoas se recuperaram da doença com uso dos medicamentos, afirma o Dr. Mukadi. Em surtos anteriores, a taxa de letalidade para infectados era de cerca de 90%. O Regeneron baixou essa taxa para 6% e o mAb114 para 11% em pacientes que tinham uma baixa carga viral. Jean-Jacques Muyembe-Tamfum , médico congolês e Diretor Geral do Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica da República Democrática do Congo, diz que a equipe de pesquisadores e médicos vem trabalhando para que em três ou quatro meses o surto de Ebola termine.

PORQUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?: O vírus Ebola pertencente a família de vírus Filoviridae, que caracterizam-se por possuírem uma estrutura filamentosa longa. Existem cinco subtipos do Ebola: Sudão, Zaire, Forest, Reston e Bundibugyo; sendo o subtipo Zaire o mais letal. A transmissão pessoa-pessoa se dá por qualquer tipo de contato com um infectado.
A doença do vírus Ebola (DVE) é uma infecção na qual o vírus libera uma proteína que age sobre o sistema imunológico, células do fígado e parede de vasos sanguíneos, causando sua reprodução rápida e espalhamento por fígado, pulmão, gânglios linfáticos e baço. Por isso, seus sintomas são: febre alta, dores no corpo, fraqueza, dores abdominais, sangramento nos olhos, gengiva e narinas e hemorragia interna.
Sua alta letalidade chama atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns pesquisadores afirmam que espécies de morcegos frutíferos são as principais hospedeiras, imunes à ação do vírus, e elas transmitem a doença para grandes primatas e humanos.
Descoberta em 1976 por uma equipe médica na qual Muyembe-Tamfum fazia parte, a doença e o vírus receberam esse nome por conta da detecção do primeiro paciente infectado na região de Mongala, norte da República do Zaire ( antiga RDC) onde fica o Rio Ebola. Ao longo destes 43 anos houveram grandes surtos do Ebola na África Central com letalidade acima de 80% dos infectados, por isso a grande preocupação da Saúde Mundial em relação a esta doença.
O surto mais recente, que durou de 2014 a 2016, surgiu na Guiné, África Ocidental, se espalhando para países vizinhos como Serra-Leoa e Libéria. Resultou em 11.310 mortes de pacientes na região, além de vitimar 120 profissionais da saúde que atuavam para conter a epidemia.

TÍTULO: O destaque se dá pela novidade apresentada frente uma doença fatal como o Ebola, cujo surto de 2014 a 2016 abalou organismos de saúde e governos africanos.

INTERTÍTULO: O intertítulo apresenta que a novidade pode mudar o rumo da doença que já matou mais de 14 mil pessoas desde sua descoberta em 1976.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Grande reportagem produzida pelo Profissão Repórter e editada para o Fantástico.

DEFINIÇÃO: A reportagem traz algumas informações sobre a doença do vírus Ebola, a pesquisa do médico Daniel Mukadi, e os dois medicamentos que se mostraram eficazes no combate à doença – Regeneron e mAb114. Entretanto, por se tratar de uma edição para resumir o conteúdo, muito do que é pertinente para a narrativa foi cortado, deixando apenas destaques para a reportagem numa espécie de chamada.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Para além do interesse da programação da Rede Globo em trazer dentro de um programa de destaque como o Fantástico uma chamada para outro programa da rede, não há interesses econômicos visíveis por parte da indústria farmacêutica.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevista com o Dr. Daniel Mukadi, coordenador chefe do laboratório onde são realizadas as pesquisas, com Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, diretor geral do Instituto de Pesquisa Biomédica da RDC, e o médico Richard Gahindo, pediatra e sobrevivente da DVE.

RECURSOS VISUAIS: Imagens de transição, gráficos sobre infecção, animação sobre atuação do vírus.

CONCLUSÃO: A reportagem não traz muitos detalhes sobre a atuação do medicamento no combate ao vírus, mas apresenta uma novidade sobre uma doença de alta letalidade. Trazendo autoridades no assunto e que trabalham diretamente com a epidemia de Ebola em países da África Central e Ocidental. Ressalta-se que uma edição curta de uma longa reportagem não pode trazer uma análise minuciosa sobre a profundidade da matéria, porém os destaques apresentados dão a entender o trabalho feito pelo Dr. Mukadi e sobre como podem agir estas drogas nos pacientes infectados pelo vírus Ebola.

http://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/medicamento3.jpghttp://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/medicamento3.jpgLucas TôrresMedicamentosTrata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos? Satisfatória Apresentaram-se medicamentos para o tratamento da doença causada pelo vírus Ebola, com altos índices de mortalidade. Destacou-se que, até o momento, não havia nenhuma opção terapêutica...A sua notícia revisada por especialistas