NOSSO RESUMO

A matéria, publicada no portal G1, trata da inclusão dos testes rápidos para detecção da Dengue e Chikungunya no rol de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com os dados apresentados, a utilização desses testes reduzirá custos laboratoriais associados ao diagnóstico das enfermidades e tornará mais ágil a detecção das infecções, tendo em vista que os resultados saem entre 20 e 30 minutos. Os testes estarão disponíveis por meio do SUS, tendo sido investido R$ 76 milhões na aquisição de 3 milhões de unidades. Os planos de saúde também estão obrigados a fornecê-los aos seus clientes. Não foram relatados os potenciais riscos e danos relacionados à utilização dos dispositivos. Também não foram apresentados estudos científicos publicados acerca dos testes rápidos, não sendo possível, portanto, avaliar adequadamente a qualidade das evidências. Ainda assim, não foi identificado potencial conflito de interesse na construção do texto.

POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
A Dengue e a Chikungunya são doenças virais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Em 2016, o Brasil viveu situações epidêmicas para as doenças, tendo sido registrados 1.483.623 casos prováveis de dengue e 230.410 de Chikungunya (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). O diagnóstico dessas doenças é dificultado pela semelhança dos sintomas com outras condições clínicas e pela ausência de testes eficazes em distinguir os diferentes tipos de vírus, além da demora para a obtenção dos resultados. Sob este aspecto, o desenvolvimento de testes rápidos capazes de determinar a infecção por cada um dos vírus, bem como sua disponibilização a toda população por meio do SUS, é extremamente relevante.

Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Trata-se do teste rápido utilizado para diagnóstico da Dengue e da Chikungunya. Esse tipo de teste já é utilizado para outras doenças, mas foi recentemente incorporado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também para Dengue e Chikungunya. A utilização de testes rápidos reduz os custos de detecção laboratorial, além de tornar mai ágil a confirmação das infecções.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação de uso dos testes rápidos foi descrita para diagnóstico de Dengue e Chikungunya. Não foram apresentados dados epidemiológicos que suportem a relevância da disponibilização desses testes pelo SUS.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Os benefícios do teste rápido foram apresentados, destacando-se a redução de custos laboratoriais para o SUS, além da agilidade na detecção de infecção, em torno de 20 a 30 minutos. Essa agilidade permitiria a detecção e tratamento precoces, bem como um melhor conhecimento sobre a incidência de infecção pelos vírus no Brasil.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
O custo unitário do teste rápido não foi mencionado, mas foi informado o investimento de R$ 76 milhões, pelo Ministério da Saúde, na aquisição de 3 milhões de unidades dos dispositivos. De acordo com as informações apresentadas, o uso dos testes rápidos pode reduzir os custos envolvidos com o diagnóstico da Dengue e Chikungunya. Outros custos adicionais relacionados ao uso do teste rápido não foram relatados.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Satisfatória
A disponibilidade dos testes rápidos no Brasil foi apresentada, destacando-se sua inclusão no rol de procedimentos fornecidos pelo SUS. Informou-se, ainda, que os planos de saúde também estão obrigados a fornecer os exames, embora existam relatos de alguns pacientes sobre problemas com a disponibilidade dos testes pelos planos privados.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
A existência de testes diagnósticos alternativos aos testes rápidos não foi abordada.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os possíveis riscos ou danos associados à utilização dos testes rápidos não foram relatados.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As fontes de informação foram identificadas adequadamente. Não foi identificado conflito de interesses na construção do texto.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada é clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as informações apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram relatados estudos científicos realizados sobre a eficácia e segurança dos testes rápidos para o diagnostico de Dengue e Chikungunya. Dessa forma, não foi possível avaliar adequadamente a qualidade das evidências.

Olhar Jornalístico

TÍTULO: A dengue e a chikungunya são duas doenças que se destacaram nos últimos anos no Brasil devido o aumento expressivo do número de casos. Nesse sentido é destaque chamar no título que um teste rápido e oferecido gratuitamente pode detectar se o paciente tem ou não a doença.

INTERTÍTULO: O intertítulo vem como complemento destacando o fato da agilidade do exame, realizado em apenas 20 minutos.

COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: publicação do Diário Oficial da União, releases.

DEFINIÇÃO: A reportagem foi superficial por trazer apenas a inclusão desse exame rápido de detectação das doenças. Não há explicação de como o teste é realizado (quais sãos as substâncias usadas para comprovação). Também não tem detalhes sobre contraindicações e nem o universo de brasileiros que contraíram dengue ou chikungunya.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Sem indicações

FONTES DE INFORMAÇÃO: Não foram entrevistadas fontes. As informações são atribuídas à publicação da portaria do Diário Oficial da União e Ministério de Saúde.

RECURSOS VISUAIS: Não foram utilizados

CONCLUSÃO: Reportagem não traz nenhum detalhamento sobre o teste, contraindicações e nem sobre o público que necessita da vacinação. Só orienta que é necessária a vacinação e a disponibilidade dela gratuitamente nos postos de saúde das cidades brasileiras, segundo legislação. Seria interessante trazer um panorama das doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, formas atuais de detectação, prevenção e tratamento.

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