Vacina contra dengue não tem data para chegar às clínicas do Rio
NOSSO RESUMO
A matéria publicada pelo Jornal O Globo apresenta a vacina contra a Dengue Dengvaxia, produzida pelo laboratório Sanofi-Pasteur e aprovada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A vacina é a primeira disponível no país. De acordo com a matéria, a Dengvaxia é eficaz contra os quatro tipos de Dengue e capaz de reduzir dois em cada três casos da doença, 80% das hospitalizações e 90% da incidência de casos graves que resultam em mortes. Está Indicada para pessoas entre 9 e 45 anos, sobretudo as que já contraíram a doença. Os riscos potenciais não foram abordados.
A disponibilidade pelo SUS depende de aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e ainda não foi estabelecida. Já as clínicas particulares aguardam apenas a produção por parte da Sanofi para iniciar a aplicação das doses. O preço aprovado para cada dose da vacina está entre R$ 132,76 e R$ 138,53.
Não foram apresentados estudos científicos que corroborem os dados apresentados, não sendo possível, portanto, avaliar a coerência, qualidade das evidências e o conflito de interesses.
POR QUE O TEMA É IMPORTANTE?
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil, foi identificada pela primeira vez em 1986. O número de casos da doença no mundo tem aumentado dramaticamente nas últimas décadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que quatro bilhões de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção pela doença. Anualmente, 3,2 milhões de casos são registrados no mundo, sendo que 500 mil são considerados graves e 21 mil resultam em morte. No ano de 2016 foram registrados, até setembro, 1.438.624 casos prováveis de dengue em território brasileiro (MINISTÉRIO DA SAÚDE; MÉDICOS SEM FRONTEIRAS).
A dengue afeta mais de 120 países e é considerada, pela OMS, uma doença negligenciada. Atualmente, a principal forma de prevenção é o combate ao mosquito transmissor, por meio de políticas públicas de saúde, com efetiva participação comunitária. Desde o fim de 2015, entretanto, a primeira vacina contra dengue foi registrada em diferentes países, incluindo o Brasil, para ser usada em indivíduos de 9 a 45 anos vivendo em áreas endêmicas ou de risco. Outras vacinas com diferentes tipos do vírus encontram-se em período de desenvolvimento, sendo importantes alternativas para o controle da endemia.
A informações sobre disponibilidade da vacina no Brasil foram bem estabelecidas, com referências à aprovação do registro do produto no final de 2015 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a necessidade de aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) para fornecimento pelo SUS, o que ainda não foi estabelecido. Em relação à iniciativa privada, não foram apresentadas informações sobre o fornecimento por planos de saúde, apenas por clínicas particulares que aguardam a disponibilidade no mercado pelo laboratório produtor.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: Esse título é um ótimo exemplo da força da informação continuada na imprensa. O assunto DENGUE, COMBATE À DENGUE e VACINA PARA DENGUE tem ganhado as páginas dos jornais e revistas do país muito em função do aumento dos casos da doença e a preocupação das autoridades para conter o avanço.
INTERTÍTULO: O intertítulo dá ideia do tamanho da preocupação da população em relação à tentativa de se imunizar contra a doença.
COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: agência internacional de notícias
FONTE DE INFORMAÇÃO: Traz informações do Ministério da Saúde e da farmacêutica produtora da vacina.
DEFINIÇÃO: O texto traz de forma clara as definições da vacina (características do público alvo, indicações). Mas não traz o panorama da dengue no Brasil. Ou seja, parte do pressuposto que o leitor já conhece o cenário epidemiológico da doença.
PUBLICIDADE/ INTERESSE COMERCIAL: Uma das principais fontes de informação é a empresa farmacêutica que produziu a vacina. Para ela, houve espaço de uma publicidade indireta.
RECURSOS VISUAIS: Não foram utilizados recursos visuais
CONCLUSÃO: A reportagem é focada na informação da nova vacina e na procura já da população na rede particular. Mas não dá detalhes sobre os testes feitos com a vacina. De forma geral, a reportagem atende aos interesses jornalísticos oferecendo ao leitor informações básicas sobre a vacina.
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