NOSSO RESUMO

A matéria publicada no site Uol apresenta a Smart Retinal Camera (SRC), um protótipo de equipamento para realizar exames de retina usando um smartphone. A grande vantagem apresentada é a possibilidade de um operador fazer o exame com o equipamento, sem a necessidade da presença do médico. As imagens capturadas pelo celular seriam, então, enviadas para análise de um médico, por meio de telemedicina. Os potenciais riscos/danos do medicamento não foram apresentados. É esperado que a SRC tenha um custo dez vezes menor do que o equipamento padrão. Um equipamento tradicional de mesa custa de 70 a 80 mil dólares. Foi apresentada uma expectativa de disponibilidade do equipamento no Brasil para 2018. Não há relato sobre o possível financiamento do equipamento pelo SUS ou por planos de saúde. A linguagem utilizada está clara e objetiva. Entretanto, não foram apresentadas evidências científicas, pois ainda não foram realizados testes em seres humanos.

POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
As doenças oculares afetam grande parte da população, provocando diminuição da acuidade visual. Segundo pesquisa do IBGE, 80% dos 24,6 milhões de pessoas que possuem alguma deficiência, no Brasil, são cegas ou possuem baixa visão. A maioria dos casos de cegueira poderia ter sido evitada se o diagnóstico fosse feito precocemente (Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 2014). O uso de tecnologias que possibilitem ampliação do acesso ao diagnostico são essenciais para prevenir as doenças oculares.

Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Trata-se de um protótipo de equipamento para a realização de exames de retina usando um smartphone – o Smart Retinal Camera. De acordo com a matéria, um operador pode fazer o exame com o equipamento, sem a necessidade da presença do médico. As imagens são capturadas pelo celular e enviadas para análise de um médico por meio de telemedicina.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação do Smart Retinal Camera foi claramente descrita, incluindo exame de fundo de olho, acompanhamento de pacientes com diabetes, pessoas que podem desenvolver glaucoma, retinopatia e degeneração macular relacionada à idade. Todos os problemas de retina podem ser detectados com esse retinógrafo. Não foram apresentados dados epidemiológicos sobre as doenças oculares.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Os benefícios foram apresentados de forma clara. Com o uso do novo aparelho, um operador poderia fazer o exame e as imagens seriam enviadas para análise de um médico por meio de telemedicina. Não foram relatados os desfechos relacionados ao uso dessa tecnologia. Os benefícios foram apresentados de maneira isenta.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Satisfatória
O custo provável da Smart Retinal Camara foi apresentado como dez vezes menor do que o equipamento padrão. Um equipamento tradicional de mesa custa de 70 a 80 mil dólares. A matéria não discute outros custos adicionais.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Por se tratar de um protótipo, deduz-se que o equipamento ainda não esteja disponível no Brasil. Segundo a matéria, a expectativa é que, até 2018, o aparelho já esteja no mercado. Não há relato sobre o possível financiamento pelo SUS ou por planos de saúde privados.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Houve o relato da existência de alternativas de diagnóstico, o equipamento de mesa. As vantagens apresentadas foram o menor preço e a não necessidade do médico no local do exame. A Smart Retinal Camara poderia ser utilizada em comunidades carentes que algumas vezes não têm acesso aos oftalmologistas.
Não foram descritas as possíveis desvantagens da nova intervenção.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os potenciais riscos/danos decorrentes do uso do equipamento não foram apresentados.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As fontes utilizadas foram entrevistas realizadas com especialistas. Não foi possível avaliar a qualidade destas fontes e possíveis conflitos de interesses.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada está clara e objetiva. Entretanto, não foram apresentadas evidências científicas, pois ainda não foram realizados testes em seres humanos.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados de estudos científicos.

Olhar Jornalístico

TÍTULO: O uso de tecnologias, principalmente ligada aos aparelhos de celular chamam a atenção do leitor e relacionar o assunto a um exame médico desperta a curiosidade, daí o interesse em trazer isso logo no título para convidar o leitor à leitura.

INTERTÍTULO: sem intertítulo

COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: possivelmente por meio de release da empresa que desenvolveu o protótipo ou por fonte da pesquisa (algum dos pesquisadores) que procurou a imprensa para dar divulgação.

DEFINIÇÃO: Define com clareza como é e como funciona o protótipo embora os testes tenham sido feitos apenas em olho mecânico. O equipamento ainda não foi submetido ao teste clínico em humanos.

FONTE DE INFORMAÇÃO: A principal e aparentemente única fonte de informação é o engenheiro de computação José Augusto Stuchi, um dos criadores do projeto.

PUBLICIDADE/ INTERESSE COMERCIAL: Há grande destaque para a tecnologia criada, nome do fabricante e apoiadores. A reportagem oferece, portanto, uma publicidade para os criadores do novo equipamento.

RECURSOS VISUAIS: Não foram usados recursos visuais.

CONCLUSÃO: Texto claro e objetivo. Traz informações de fácil compreensão e tem apelo informativo por se tratar de tecnologia em saúde. Como ainda não foram feitos testes em humanos o texto cria uma expectativa em relação ao equipamento. O texto também não traz informações epidemiológicos sobre as doenças oculares no Brasil.

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